sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

eu quero férias.
nao me leve a mal, o ano mal começou.
nao me leve a mal, to adorando a enfermaria.
eu preciso de ferias de mim. eu preciso deixar de ser eu.
porque eu so sei me machucar, eu so ando por caminhos errados. caminhos que não são caminhos.
talvez, por um dia, eu devesse ser voce. voce não se preocupa com o amanha:

o hoje ja é complicado demais.

voce sabe sua trilha, como se viesse de fábrica com um mapa.
e caminha sua retidao eterna. uma rota tão inalteravel quanto a de uma bala.
e por vezes, tão fatal.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Algumas vezes, eu me pego pensando:

qual o intento do universo?

Porque parece impressionante

que por mais que eu esteja correndo

eu não saio do lugar.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

hmmm...

Hoje eu decidi que nao posso deixar minha cabeça sozinha. Ela caminha por lugares estranhos, criando obsessoes casuais, se apaixonando aos poucos, semeando o caminho pra mais um ano de dor. Como uma criança travessa, bagunçando o mundo so pra ver o que acontece. Infinitamente capaz de transformar o minimo gesto sutil em prova incontestavel.


Nao. Minha mente nao sabe andar só. Precisa de um livro, filme ou musica para guiá-la. Qualquer estrada que a tire do caminho para a perdição


e o melhor de tudo: eu so percebo esse tipo de coisa quando ja é tarde demais. Mas isso é coisa pra depois. Agora, vou calar a voz que ama, pra ver se pelo menos consigo dormir. Amanha eu resolvo isso. Amanha eu o aposento. Hoje, deixa ele sonhar. Deixa eu me alimentar em qualquer fiapo de esperança, olhar torto ou mensagem oculta. Deixa, mesmo que isso signifique que arranca meu coração quando for embora.

domingo, 5 de dezembro de 2010

strings

There are strings that bound us all.
These bonds come and they must go.
Sooner or later, they go.
Their very existence is proof of their end.

But, for good and bad, I’ve found,
in the middle of my chaos,
a bond that cannot be broken.
And shines on

eternal,
untouched,
complete,
endless, everlasting.
Aching in its very core,
screaming its perfect beauty.

I’ve found you,
a bond that never existed.
Cos' what never came can't go.
and now that i know,
i can't make it go.
it can only grow.

I don't hurt anymore

It don't hurt anymore
All my teardrops are dried
No more walkin' the floor
With that burnin' inside
Just to think it could be
Time has opened the door
And at last I am free
I don't hurt anymore

No use to deny I wanted to die the day you said we were thru
But now that I find you're out of my mind I can't believe that it's true
I've forgotten somehow that I cared so before
And it's wonderful now I don't hurt anymore

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

General

As lendas contam

de um grande general

que quase ganhou uma grande guerra.


Ele não parava por nada,

e todos viram quanto poder ele tinha,

quando ele marchava sobre as cidades.


E seus inimigos simplesmente desistiam

e as batalhas se venciam sozinhas.

Mas a guerra tem seu preço.


Ele era um general d'uma grande guerra

e muitas vidas tinha tomado.

E quantas vezes ele tinha calado

e deixado o sangue lavar a terra?


E ele não aguentou, e quis parar.

Mas a guerra nunca muda.

Ele parou, e deixou de marchar.


Por um dia, ele parou.

Por vinte e quatro horas, ele se fez estático.

E a matança cessou seu ciclo automático.


Nesse dia a guerra acabou.

E seu país perdeu.

Seu mundo deixou de existir.


Ele era um general numa grande guerra

que sua vida tinha tomado.

Mas quando ele se fez parado,

foi seu sangue que lavou a terra.

sábado, 24 de julho de 2010

Razão

E ele fez dos fatos fatos, para resistir aos impulsos,
e fez dos fatos feitos fatos coração,
para aguentar partir sem pranto.

E mandou calar o fastio da saudade,
que uivava para a lua que não mudava.
E pôs suas luvas sobre a estrada,
e pôs a mesa sob a lua.

E jantou em andança,
com a mesa sobre as luvas,
caminhando e comendo e seguindo e dançando.

E andou rumo ao sol,
o sol dos sem rumo.
Andando só para evitar a estase,
num êxtase de ócio negro e doentio.

A estrada era negra como a noite
e clara como o dia
e laranja como o entardecer
e toda vermelha com o cansaço.

Foice

Foi-se o tempo,
Foi-se há tanto...

A dor da foice que ceifa
é a mesma da que caminha

Foi-se a seiva da relação
Foice que quebra o encanto

Foi-se a alegria
Foi se romper o pranto

no entanto
A foice sela o espanto

Portanto

O sangue que foi-se é do peito
que o talho da foice foi feito

Mas

O sangue do foi-se é negro
Escorre do espirito
E mata a rima,
E quebra a musica.
E doi, doi tanto!

Noite

Noite
Eu vejo o céu
Vejo o tecido negro,
Permeado por infinitas estrelas,
E tudo o que quero
É reunir cada brilho e cada treva -
Juntar tudo, e fazer um cobertor.

Para embalar teu sono,
E pra animar nossas horas despertas.

E, antes que gritem em protesto:
Eu clamo que lembrem do homem-pássaro, de Da Vinci,

E dos aviões.

Jornada

Navegamos num oceano sem destino -

nossos mapas chamuscados pelas estrelas,

os astros cobertos por sua fumaça,

que também encobre os faróis.


E antes que possamos achar rochedo

pra danar nosso casco à morte

eu paro e oro em medo:

eu renego o mando de minha sorte.


Dez anos nós nadamos

em busca de ouro e de sonho

porém, fato seja, nada achamos

exceto o futuro: irônico, risonho.


Nossos pais morreram,

Nossos filhos são já pais

Nossas mulheres se perderam,

E hoje temem nosso cais.


Já passaram as nossas vidas

morremos todos no mar.

Então tragam mais bebidas:

morreremos também no bar!